As Serpentes Marinhas da
Nova Escócia
Há pelo menos um século e meio, os navegantes da Nova Escócia,
na costa leste do Canadá, estão encontrando algumas criaturas imensas e de
aspecto inusitado.
Uma das primeiras
aparições de que se tem notícia ocorreu
em 1845, quando os
pescadores John Bockner
e James Wilson viram uma "serpente" de 30 metros de
comprimento na baía de St. Margaret. Eles relataram
o que viram ao reverendo John
Ambrose, que, pouco tempo depois, teve seu encontro pessoal com o monstro.
Em 1855, habitantes de Green Harbour ficaram horrorizados em ver, conforme palavras de um cidadão, "um
comprimento hediondo de terror ondulante"
perseguir barcos pesqueiros locais, com o aparente objetivo de
causar-lhes danos. Enquanto os
pescadores procuravam, desesperadamente, chegar à praia, suas famílias limitavam-se a observar a cena,
sem nada poder fazer. Certo observador descreveu
a criatura em uma edição da revista americana Ballou's, do século 19:
- Perto do que deveria ser a cabeça, havia uma espécie de corcova com uma massa de
cabelos longos, como se fosse crina; na parte de trás, por uns 12 ou 15 metros,
moviam-se ou giravam, lentamente, as espirais de seu imenso corpo, que mais parecia o de uma serpente. O movimento era realizado em curvas verticais, as contorções das costas subindo e descendo
alternadamente, da cabeça à ponta da
cauda, deixando para trás um sulco, como os deixados por navios a hélice sobre a
superfície vítrea do mar.
Quando a criatura
se aproximou mais da praia,
observadores puderam ouvir um som, como se houvesse uma válvula de escape pela qual o animal estivesse exalando vapor. Em seguida, eles
puderam ver os dentes brilhantes, olhos
ameaçadores, escamas azuis na cabeça e nas costas, coloração amarelada
na parte inferior. A cabeça que viram tinha 2 metros de comprimento.
A criatura finalmente desistiu da caça, e os exaustos pescadores puderam chegar em
segurança à terra firme. Contudo, a serpente foi vista novamente por três homens em um barco, no dia seguinte. Eles remaram para longe o mais
rápido que puderam e não foram perseguidos.
Em 1883, seis militares que pescavam na baía Mahone
ficaram surpresos quando viram o que parecia
ser a versão aumentada de uma "serpente comum'',
com uma cabeça de quase 2 metros de comprimento, que saía da água. A criatura, que se
movia com agilidade, tinha um pescoço tão grosso quanto uma árvore, coloração marrom-escura ou preta e riscas
brancas irregulares. Embora não pudessem ver-lhe o
corpo inteiro, as testemunhas concordaram que o animal
deveria medir em torno
de 25 metros de comprimento.
Em 1894, um homem chamado
Barry observou um animal similar quando
descansava no cais da cidade costeira de Arisaig. A cerca de 40 metros,
e com aproximadamente 20
metros de comprimento, a criatura deslocava-se
com movimentos "ondulatórios". Uma cauda "semelhante a meia cauda de uma cavala"
também era visível.
Relatórios sobre essas lunkers (criaturas marinhas
gigantes), como os habitantes da Nova
Escócia as chamam, continuaram até os dias
modernos.
No dia 5 de julho de 1976, Eisner Penney, da ilha Cape Sable, na
Nova Escócia, viu uma criatura imensa e contou a alguns
amigos o que vira. Eles riram da história,
mas, alguns dias mais tarde, um deles, Keith Ross, juntamente com o filho Rodney, também viu o monstro.
- O animal tinha olhos tão grandes quanto dois pires, com uma
terrível coloração avermelhada - narrou ele. - Era possível ver o vermelho
naqueles olhos, como se
eles estivessem injetados
de sangue. O animal estava com a boca escancarada e eu vi duas presas - suponho que eram
presas - na mandíbula superior. Aquele bicho
passou bem perto de nós. Pudemos ver seu corpo, cerca de 12 ou 15 metros de
comprimento, com a pele acinzentada, semelhante à da cobra, cheia de calombos e cracas. Tivemos a impressão de que
aquele animal tinha rabo de peixe, isto é, rabo
vertical, e não horizontal como o rabo da baleia.
O barco de Ross afastou-se
dali e, em pouco tempo, perdeu a criatura de vista em
um nevoeiro. Ele detectou outro barco através do radar, e dirigiu-se para lá. Ironicamente, Eisner estava naquele
barco. Quando Ross contou a ele o que
acabara de ver, os dois ouviram o animal passando
por eles, a pouca distância. A criatura foi vista novamente, alguns dias mais tarde, pelo
pescador Edgar Nickerson.
Ninguém faz a mínima idéia do que possam ser tais criaturas, embora animais similares já tenham sido vistos em todo o mundo. No século passado, essas aparições, chamadas de
"serpentes marinhas", eram motivo de
acirradas controvérsias entre zoólogos. Deixando de lado as polêmicas,
podemos afirmar que essas lunkers da
Nova Escócia não são serpentes, nem mesmo serpentes gigantes. As cobras não ondulam verticalmente. Além disso, evidentemente, elas não têm caudas de peixe.
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